– Começas a ouvir aí dentro e recorrentemente a voz da tua mãe.
– Quando começas a tratar o teu marido como a um filho.
– Quando, pelo contrário, o começas finalmente a tratar como a um adulto e a exigir-lhe mais responsabilidades.
– Quando a tua cama passa a ser ocupada por seres minúsculos e não, não são ácaros.
– Quando dás demasiadas vezes por ti a cheirar o rabiosque de outro ser humano.
– Quando a palavra que mais ouves é “Oh mãeeeeeee”, a ponto de teres aquela sensação de que tens uma música na cabeça que não sai de lá.
– Quando voltas a sentir aquele nervoso miudinho, enervante, em altura de testes, exames ou saídas de notas.
– Quando deixas de te preocupar se os teus filhos te devem ou não ver nua na casa de banho (isto porque não consegues nunca estar sozinha na casa de banho).
– Quando retiras todas as chaves de todas as divisões da casa, porque nunca se sabe e é melhor prevenir do que remediar e o seguro morreu de velho e o diabo está à espreita ou então nunca dorme.
– Quando limpas a cara deles com a tua saliva. Ups.
– Quando começas a perceber realmente quais devem ser as tuas lutas.
– Quando consegues falar ao telefone, dar de mamar e assinar os tpcs do outro filho tudo ao mesmo tempo.
– Quando tens todo o tipo de tira-nódoas na prateleira. Até consegues ir repescar o clássico Nodeti.
– Quando consegues tirar pastilhas elásticas de praticamente todo o lado. Até dos mais inconcebíveis.
– Quando te sentes culpada, pelo menos uma vez por dia.
– Quando sabes que o pó de talco faz milagres para tirar a areia da praia.
– Quando tu, que sempre detestaste mochilas, passas a usá-las porque te rendeste ao definitivamente mais prático.
– Quando te tentas arranjar mas já nem fazes dramas só porque não pintaste as unhas ou levaste a blusa a condizer com as calças. E já ficas é contente de teres as calças sem nódoas muito visíveis e a blusa pouco amarrotada.
– Quando já percebeste que, embora as fashionistas digam o contrário, é praticamente impossível conjugar sapatos de salto alto com maternidade. São duas palavras que não fazem pendant, a menos que tenhas sempre o marido por perto ou então a empregada.
– Quando vives com o coração nas mãos, ao pé da boca ou a saltar-te do peito.
– Quando já disseste mais de 50 vezes na vida “Eu não fui feita para isto!!!”…mas não o trocavas por nada deste mundo.
Ps: Alguns resultam ainda melhor se ou quando fores mãe de muitos.
Artigo originalmente publicado no Portal da Criança, em Abril de 2013