A pandemia fez aumentar muito as ansiedades, as paranóias, os medos, as inseguranças e as incertezas. A cabeça não pára de pensar, os pensamentos intensivos negativos não pararam de chegar. São demasiados meses a sentirmo-nos a jogar um jogo sem fim, uma espécie de roleta russa. A vida não pode ser assim tão aleatória. Para podermos ter estabilidade, a todos os níveis, precisamos de sentir mais controlo sobre o que se passa connosco, o que acontece à nossa volta, o que vai acontecer no futuro. Como fazer planos para depois, se não sabemos, literalmente, o dia de amanhã?
As mudanças de humor são naturais nos tempos que vivemos. O pânico ronda, com pequenas ou grandes crises, mas não tenhamos dúvidas, sempre com impacto nas nossas vidas e naquelas que nos rodeiam.
As relações mais frágeis não aguentaram o stress, a pressão, o confinamento. Até as mais saudáveis se ressentiram. Não tenham dúvidas do enorme impacto que o Bicho teve em todos nós.
E agora vivemos no limbo. Como reagir?
Continua a ser muito importante termos cuidado, termos os cuidados que tivemos e que nos ajudaram a sobreviver.
Os meus conselhos para Julho são: prudência, prudência, prudência.
Apanhem sol, bebam uma mini, estejam com amigos. Com prudência. Comecem a viver, a conviver, como se costuma dizer, com muito cuidadinho. Façam um pouco como a cigarra, aproveitem a vida, celebrem a vida, mas façam também como a formiga, trabalhem para se protegerem do que ainda está para vir.
No fundo a mensagem é esta: não descurem a vossa saúde mental. Trabalhem e reforcem o vosso telhado, ou as vossas estruturas, que podem ter colapsado. Sim, todos os nossos telhados pareceram de vidro ou de palha, nestes últimos meses.Vamos transformar o vidro em telhas, mais fortes e resistentes. Se sozinhos não conseguimos e chamamos o pedreiro, porque não chamamos também o psicólogo para nos ajudar a recuperar?